(Livro, 64pag, Colorido)
Ao falar do processo de formação sociocultural do Brasil, Darcy Ribeiro (Povo Brasileiro,1995) abre o capítulo “Classe, cor e preconceito”, falando de corpos conflitantes. Para ele, “nossa tipologia de classes sociais vê na cúpula dois corpos conflitantes, mas mutuamente complementares. O patronato de empresários... e o patriciado...” Nessa hierarquia de classes proposta por ele, representada por um losango, ao invés da conhecida pirâmide, haveriam outras subdivisões: “formando a linha mais ampla do losango das classes sociais brasileiras, fica a grande massa das classes oprimidas dos chamados marginais... Seu desígnio histórico é entrar no sistema, o que sendo impraticável, os situa na condição de classe intrinsecamente oprimida, cuja luta terá de ser a de romper com a estrutura de classes. Desfazer a sociedade para refazê-la.” Por essa luta diária, por uma busca constante de reconhecimento e direitos, o termo “corpos conflitantes” foi realocado para esse grupo que representa a minoria com poder econômico, mas maioria na composição desse “povo brasileiro”. É dessa maioria que sofre com descuidos e descasos generalizados e que se aloja na periferia de regiões abastadas dos grandes centros, ou em bolsões de seca e até mesmo em cidades históricas do chamado “circuito do ouro”, locais onde o real e a realeza não fazem mais o mesmo sentido de outrora, que se fala em “Corpos Conflitantes”. O ensaio é uma organização dos principais trabalhos que desenvolvo e como disse o artista visual Rodrigo Zeferino, é uma espécie de “tipologia do sujeito sofrido”.
Prêmios
Mídia e Direitos Humanos - Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais (2017)